segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

até que a segunda parte nos separe...

enquanto a segunda parte não fica pronta, deixo aqui um poema para entreter...

A foto

Eu te olho num papel, e num outro qualquer, tento escrever
Tento te descrever, como se esses traços que te desenham em segredo
Pudessem em algum momento revelar toda a sua personalidade em esplendor
E sua face que a isto me impele, também me impede
Desafia-me em seu modo de olhar e faz uma interrogação
Evita-me assim de dar forma a tua alma, quase me desnuda dessa pretensão
E como se essa aparência fosse uma proteção que o divino te impusesse
Meus olhos pecaminosos não reconhecem seus ímpios anseios
Mas se acontecer isto que tanto receio, de nunca te saber como és
Se todas as palavras que te aplicar se resumirem apenas em paradoxos
Ficarei feliz em poder esmiuçar o oculto no que posso
Sei que o que eu disser a seu respeito, hoje ou no amanha tardio
Serão apenas imagens do que trago no peito e às vezes nem percebo
Mas, por fim, entrementes a toda essa confusão uma coisa é certa
Saberei o que penso e um pouco do que sou quando a outrem me dirijo
E você que se oculta, ao fazê-lo me demonstra a mim,
Então não faça de conta de que não sabes que isto é assim,
Deixe que a minha imagem na tua mente apareça
E hoje mesmo, antes que anoiteça, e me diga se puder, quem sou.
E caso assim como eu não venha a conseguir, então, se conheça.

Ah velha fotografia, já amarela, tal qual como a cor de seu cabelo era
Se de mim revela muito, de você é tudo que me diz...

Nenhum comentário: