domingo, 20 de janeiro de 2008

Paixão por rodoviárias

Parte 1 - daquela que não falo nada a respeito do título.

Enfim, cá estou novamente a escrever os meus amados absurdos, aos meus absurdos, mas não surdos leitores. Não, não que eu me julgue um insano que vive a dizer coisas desconexas, mas é que na maior parte das vezes me refiro, direta ou indiretamente, ao mundo, o mundo ‘coisificado’ pelo homem, o mundo humanizado (credo!) daí, não sobra alternativa senão a de ser, ou de proferir dizeres que beirem a demência. E eu estou ficando bom nisso, daí vejo que a demência é um exercício, e assim como nos outros, só se obtém êxito através da pratica constante.

Vamos ao assunto em foco, paixão por rodoviárias, porém, vamos por partes.
Primeiramente gostaria dizer que o sujeito que sofre desse sentimento é esse mesmo que vos fala: eu, óbvio. Segundo, gostaria de exemplificar. Não. Elucidar! Elucidar como se dá tal sentimento, daí prossigo com um antigo absurdo, que acompanha a humanidade e que ganhou muita força no mundo moderno e segue até ao contemporâneo – o de explicar racionalmente um sentimento. (Uia se pode!)

Paixão, sinceramente não conheço a origem desta palavra, oras, também pouco me importa, mas, acredito que tenha a ver com o aprendizado da língua lusitana por parte dos indígenas, onde temos então a junção por justa-posição de duas palavras anteriores, pai e xão (que depois se transformou em chão).
A ‘estória’, ao certo não sei dizer, porém, sabemos que era comum os índios mais velhos se maravilharem por objetos dos seus dominadores e futuro extintores (daí o fato do uso corrente de vermelho nas vestimentas lusitanas, sempre bem destacado em pinturas, os lusitanos foram os primeiros extintores, ainda não de incêndio, apenas de tupis).
Os objetos dos portugueses - espelho, colher quebrada, moedor de alguma coisa, garrafa de outra coisa (também quebrada), enfim, os produtos que vemos a venda até hoje pela polishop e que até hoje ainda fascinam muitos tupis (outra palavra que sofreu modificações, conhecida em nossos dias por tapados, toupeiras) enfim, todos esses objetos exerciam o mesmo fascínio sobre os índios que a doméstica tem ao ver a “fritadora de casca de banana” multiuso. Daí, os índios perdiam-se de si, esqueciam a identidade, viviam em função do fascínio, da obsessão que aquele produto importado lhes enfiara na alma, e curvavam-se sobre o colo frente aos portugueses, fazendo aquela típica postura de reverência.
Os indiozinhos, mais afastados, ficavam estupefatos, e com o passar do tempo foram entendendo que isso em português tinha um nome: pai xão, ou paixão, e seria essa mesma paixão que lhes iria fuder-lhes a vida e danar-lhes de maneira irremediável...
Mas isso é apenas uma hipótese, tão irrelevante quanto todas as outras, só não mais irrelevante do que as que foram confirmadas. E além do mais, os europeus de maneira geral, são mais amenos hoje, até nos chamam de emergentes, se bem que eu acho a África está acima de nós, lá vejo muito mais coisas emergenciais!

Ah! Esse meu jeito disperso... Preciso aprender a por rédeas nessas idéias selvagens...
Voltando.

Temos então, uma conceituação geral por paixão, significa alguém encantado por algo, ao mesmo tempo em que almeja obter esse algo. - Caros amigos, gostaria de deixar claro que não quero ter uma rodoviária.
Uma segunda ‘assertiva’ (nem tão certa assim!), é que a paixão deixa o apaixonado desprovido de si, como se o fascínio pelo objeto desejado lhe impedisse de raciocinar. Na verdade compreende-se ai dois efeitos, o de não assenhorear-se e a conseqüência que é agir de modo ‘irracional’, ou seja, tomar atitude que podem ter resultado drástico, isso é ser irracional! Não devemos ser assim, devemos ser aquelas toupeiras (perdão aos clientes Polishop) estúpidas, racionais, enfim... Previsíveis, assim não perderemos a nossa identidade.
Sim! Dizem que a pessoa perdeu a identidade, quanto aos índios não era problema, elas nunca a tiveram, nem identidade, nem cpf... Agora nós devemos nos preocupar com isso, nós temos identidade, esse papel retangular, plastificado, é muito importante (principalmente em dias de vestibular!) porque nos mostra como cidadãos, mostra quem somos. Aí vai a dica, se você tem Orkut e não sabe o que colocar no ‘quem sou eu’, coloque os dados do seu Rg. Por mais que você mude, é provável que isso permanecerá imutável por toda a sua vida.