segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

até que a segunda parte nos separe...

enquanto a segunda parte não fica pronta, deixo aqui um poema para entreter...

A foto

Eu te olho num papel, e num outro qualquer, tento escrever
Tento te descrever, como se esses traços que te desenham em segredo
Pudessem em algum momento revelar toda a sua personalidade em esplendor
E sua face que a isto me impele, também me impede
Desafia-me em seu modo de olhar e faz uma interrogação
Evita-me assim de dar forma a tua alma, quase me desnuda dessa pretensão
E como se essa aparência fosse uma proteção que o divino te impusesse
Meus olhos pecaminosos não reconhecem seus ímpios anseios
Mas se acontecer isto que tanto receio, de nunca te saber como és
Se todas as palavras que te aplicar se resumirem apenas em paradoxos
Ficarei feliz em poder esmiuçar o oculto no que posso
Sei que o que eu disser a seu respeito, hoje ou no amanha tardio
Serão apenas imagens do que trago no peito e às vezes nem percebo
Mas, por fim, entrementes a toda essa confusão uma coisa é certa
Saberei o que penso e um pouco do que sou quando a outrem me dirijo
E você que se oculta, ao fazê-lo me demonstra a mim,
Então não faça de conta de que não sabes que isto é assim,
Deixe que a minha imagem na tua mente apareça
E hoje mesmo, antes que anoiteça, e me diga se puder, quem sou.
E caso assim como eu não venha a conseguir, então, se conheça.

Ah velha fotografia, já amarela, tal qual como a cor de seu cabelo era
Se de mim revela muito, de você é tudo que me diz...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Paixão por rodoviárias

Parte 1 - daquela que não falo nada a respeito do título.

Enfim, cá estou novamente a escrever os meus amados absurdos, aos meus absurdos, mas não surdos leitores. Não, não que eu me julgue um insano que vive a dizer coisas desconexas, mas é que na maior parte das vezes me refiro, direta ou indiretamente, ao mundo, o mundo ‘coisificado’ pelo homem, o mundo humanizado (credo!) daí, não sobra alternativa senão a de ser, ou de proferir dizeres que beirem a demência. E eu estou ficando bom nisso, daí vejo que a demência é um exercício, e assim como nos outros, só se obtém êxito através da pratica constante.

Vamos ao assunto em foco, paixão por rodoviárias, porém, vamos por partes.
Primeiramente gostaria dizer que o sujeito que sofre desse sentimento é esse mesmo que vos fala: eu, óbvio. Segundo, gostaria de exemplificar. Não. Elucidar! Elucidar como se dá tal sentimento, daí prossigo com um antigo absurdo, que acompanha a humanidade e que ganhou muita força no mundo moderno e segue até ao contemporâneo – o de explicar racionalmente um sentimento. (Uia se pode!)

Paixão, sinceramente não conheço a origem desta palavra, oras, também pouco me importa, mas, acredito que tenha a ver com o aprendizado da língua lusitana por parte dos indígenas, onde temos então a junção por justa-posição de duas palavras anteriores, pai e xão (que depois se transformou em chão).
A ‘estória’, ao certo não sei dizer, porém, sabemos que era comum os índios mais velhos se maravilharem por objetos dos seus dominadores e futuro extintores (daí o fato do uso corrente de vermelho nas vestimentas lusitanas, sempre bem destacado em pinturas, os lusitanos foram os primeiros extintores, ainda não de incêndio, apenas de tupis).
Os objetos dos portugueses - espelho, colher quebrada, moedor de alguma coisa, garrafa de outra coisa (também quebrada), enfim, os produtos que vemos a venda até hoje pela polishop e que até hoje ainda fascinam muitos tupis (outra palavra que sofreu modificações, conhecida em nossos dias por tapados, toupeiras) enfim, todos esses objetos exerciam o mesmo fascínio sobre os índios que a doméstica tem ao ver a “fritadora de casca de banana” multiuso. Daí, os índios perdiam-se de si, esqueciam a identidade, viviam em função do fascínio, da obsessão que aquele produto importado lhes enfiara na alma, e curvavam-se sobre o colo frente aos portugueses, fazendo aquela típica postura de reverência.
Os indiozinhos, mais afastados, ficavam estupefatos, e com o passar do tempo foram entendendo que isso em português tinha um nome: pai xão, ou paixão, e seria essa mesma paixão que lhes iria fuder-lhes a vida e danar-lhes de maneira irremediável...
Mas isso é apenas uma hipótese, tão irrelevante quanto todas as outras, só não mais irrelevante do que as que foram confirmadas. E além do mais, os europeus de maneira geral, são mais amenos hoje, até nos chamam de emergentes, se bem que eu acho a África está acima de nós, lá vejo muito mais coisas emergenciais!

Ah! Esse meu jeito disperso... Preciso aprender a por rédeas nessas idéias selvagens...
Voltando.

Temos então, uma conceituação geral por paixão, significa alguém encantado por algo, ao mesmo tempo em que almeja obter esse algo. - Caros amigos, gostaria de deixar claro que não quero ter uma rodoviária.
Uma segunda ‘assertiva’ (nem tão certa assim!), é que a paixão deixa o apaixonado desprovido de si, como se o fascínio pelo objeto desejado lhe impedisse de raciocinar. Na verdade compreende-se ai dois efeitos, o de não assenhorear-se e a conseqüência que é agir de modo ‘irracional’, ou seja, tomar atitude que podem ter resultado drástico, isso é ser irracional! Não devemos ser assim, devemos ser aquelas toupeiras (perdão aos clientes Polishop) estúpidas, racionais, enfim... Previsíveis, assim não perderemos a nossa identidade.
Sim! Dizem que a pessoa perdeu a identidade, quanto aos índios não era problema, elas nunca a tiveram, nem identidade, nem cpf... Agora nós devemos nos preocupar com isso, nós temos identidade, esse papel retangular, plastificado, é muito importante (principalmente em dias de vestibular!) porque nos mostra como cidadãos, mostra quem somos. Aí vai a dica, se você tem Orkut e não sabe o que colocar no ‘quem sou eu’, coloque os dados do seu Rg. Por mais que você mude, é provável que isso permanecerá imutável por toda a sua vida.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

The first Word

Imagino que na primeira postagem em um blog, deva-se explicar o motivo que leva um cidadão cair numa dessas acessíveis formas de gastar o tempo vago, que no meu caso, é bem grande como saberemos adiante.
Eu resolvi cair nesta tentação pelo fato de que gosto de ver minha mão, fina e comprida, se movimentando, é uma das poucas partes do meu corpo que ainda faz algum tipo de exercício físico, me orgulho dela.
Estar aqui, na verdade é fruto de uma confluência de processos, assim como todo ato trás em sim inúmeros fatores, onde é muito possível que a ausência de apenas um deles já seria suficiente para a não realização, ou uma deformidade do ato.
A primeira questão que um “blogueiro” deve ser fazer é: por que, ou pra que ter um blog? O que sinto com isso? E daí então, creio que essa auto-análise o levará a... a nada, mas é que é interessante, tudo o que leva a nada é interessante...
Imagino que depois de um tempo as pessoas comecem a reclamar do blog, tudo isso faz parte de um processo, imagino que o casamento seja assim, no começo entra-se achando ser bom, mesmo sem encontrar motivos que exemplifiquem esse “bom”, com o tempo constata-se que é uma merda mesmo, e aí alguns conseguem se livrar, e o que fazem? Criarão outro blog, ops, arranjaram outro casamento, é que as coisas se mostram tão semelhantes que até me confundi...
Dado que a reclamação é o prenúncio do fim, começarei por ela: e mais adiante, quem sabe quando realmente estiver disposto a dar fim nessa tremenda palhaçada eu explico( e aí talvez já saiba) o motivo de cá estar.

“Process!”

Falando em processos, o para criar um blog é bastante simples, o que deixa nítido que quanto mais inútil a coisa é, mais facilidade temos para criá-la.
Mas daí penso se preencher pura e simplesmente um formulário html é digno da palavra criar, Deus Criou o Universo, Alexandre Criou um Blog! Meu blog é meu universo, o Universo é o Blog de Deus. Bom, na verdade todos os blogs já estão criados, assim como todas as contas em um banco, o que fazemos nada mais é do que “tomar” essa contar do anonimato, é preenche-la, e isso não é criar, é apenas um processo, uma nominação e no máximo uma tentativa de participação num sistema.

“By the way”,

o blogspot divide esse processo em 3 simples passos, onde cada um toma cerca de uma hora, o que para ociosos como eu é uma maravilha, porém, para quem faz o tipo impaciente isso pode ser reduzido para 60 segundos(O processo todo) e isto é até um conselho, afinal, puta contrato chato, eles deveriam colocar logo no inicio que esse contrato é igual a todos os outros que você já encontrou e vai encontrar na utilização de serviços gratuitos, em tese é um regulamento, onde explicita as normas, na praticas as normas: “ta usando por que você quer, eles não pediram para você usar, tu és completamente responsável pelo que aqui fizer e eles não têm a mínima responsabilidade com o que fazem(nem com o que vc faz nem com o que eles mesmos fazem,) deverá se preocupar com o conteúdo, não que ele tenha que ter qualidade, mas você não poderá copiar porcarias de outros lugares, nem reproduzir o sistema, ou parte do sistema bolgspot, ou seja, deverá ser autentico, criando suas próprias porcarias.
Deus foi autêntico, criou o universo, seja autêntico, não o imite!


“Do contrato social!”

Às vezes penso que esses contratos deveriam se dar de forma similar aos mandamentos, não que deveriam ser escritos em pedras, mas usar a forma dogmática e sintética:
Termos de Serviço do Blogger:
Não (nos) copiarás
Não (nos) julgarás
Não reclamarás (de nós)
Não cobrarás qualquer coisa por qualquer motivo em qualquer tempo
Sujeitar-se-á a todas as nossas pervertidas vontades
És completamente responsável
Somos completamente irresponsáveis

Olha, sete mandamentos já são quase suficientes, quando não enfadonhos tamanha sujeição a pleonasmos, deixo três( fica em aberto também a oportunidade para reformulação para os já existentes) para que a imaginação do desocupado leitor possa se divertir, entretendo-se em criar mandamentos(aos outros), é algo maravilhoso, pode acreditar que você nunca ouvirá alguém criando “obedecimentos”.

“Coming back,”
creio que o reclamarás é o mais temido, visto que aos outros eles podem se defender através de mecanismos internos ou, em ultimo caso, judiciais, mas não terão força ou alcance para ver, (embora tenham para prever) impedir, ou punir, quando você se virará para um amigo, sentado no banco do corredor da faculdade e olhando uma bunda grande que passa alguns metros dali, dizer: “Nossa cara, o google e todos os seus serviços são uma merda!” e aí vem a justificativa (desnecessária, porém infinitas): “outro dia estava no orkut...”
Vou tentar me reter de criticar, é meu primeiro dia de blog (blog deve significar merda em sueco! “auh doejr ygr blog!” – *nenhuma dessas palavras existem, nem blog) e tenho que esperar até ficar puto para começar a reclamar do serviço, além do mais criticar é coisa para desocupado.